F1 na Globo…. Pois bem, como noticiado em todo lugar, a Globo voltará a transmitir a F1 a partir de 2026, e o contrato se encerrará ao final da temporada de 2028.
Quanto a isso, todo mundo já sabe que é uma notícia oficial. Mas será que foi mesmo uma boa ideia a F1 voltar à Globo? Será que os fãs da F1 gostaram da ideia? Vamos responder a esse artigo com base em projeções e fatos — deixando política e ideologias de lado.
A audiência Ibope da Fórmula 1 no presente e no passado

Antes de mencionarmos as cifras oficialmente envolvidas, vamos relembrar alguns fatos sobre a audiência.
A Fórmula 1 foi transmitida pela Globo de 1975 até 2020. Sem dúvida, a emissora teve um papel vital em toda a história da categoria no Brasil, inclusive com o surgimento de grandes nomes do automobilismo como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Rubens Barrichello, Felipe Massa e outros.
Afinal, como Senna estaria familiarizado com as façanhas de Piquet e Emerson Fittipaldi se não fosse a iniciativa da Globo de transmitir a F1? Como Rubinho ou Felipe Massa estariam tão familiarizados com Senna ou Piquet se não fosse pelas transmissões da Globo?
Além disso, quantos milhões de pessoas choraram e se emocionaram com as vitórias de Piquet, Senna, Rubinho e Massa ao som do “Tema da Vitória”, uma canção instrumental brasileira composta por Eduardo Souto Neto com arranjo do grupo Roupa Nova?
Mas o que dizer da audiência, de acordo com o Ibope? Veja o que apurei:
F1 na Globo: O auge da “Sennamania” (1990–1994)

Este período registrou os maiores índices de audiência da história da Fórmula 1 no Brasil. Ayrton Senna era um fenômeno que parava o país, e os números frequentemente superavam os de programas de entretenimento de grande sucesso e até mesmo jogos de futebol.
- Temporada de 1991: Considerada uma das mais assistidas no Brasil.
- Corridas de madrugada (como o GP do Japão): chegavam a registrar médias de 25 pontos, com um share (participação no número de TVs ligadas) de incríveis 90%.
- Corridas no período da manhã (como o GP de Mônaco): alcançavam médias de até 33 pontos.
- GP do Brasil de 1991: A primeira e histórica vitória de Senna em Interlagos alcançou uma média extraordinária de 40 pontos, superando programas como “Os Trapalhões” e o “Fantástico”. O pico chegou a 51 pontos.
- GP do Brasil de 1994: A última corrida de Ayrton Senna em Interlagos marcou uma média de 46 pontos de audiência em São Paulo.
Anos 2000: A era de ouro

No auge da popularidade, com Rubens Barrichello e Felipe Massa em equipes de ponta, a Fórmula 1 registrava números comparáveis aos de jogos de futebol.
- Temporada 2000: A primeira corrida do ano marcou expressivos 26 pontos de audiência. A média da temporada se manteve em torno de 16 pontos.
- Temporada 2003: A média de todas as corridas do ano foi de 21 pontos, um dos maiores índices da história da categoria na emissora.
- Temporada 2008: No ano do título mundial perdido por Felipe Massa na última curva, a média de audiência ainda era de 10,4 pontos.
Anos 2010: Queda e estabilização
Com a aposentadoria de Barrichello e a performance mais discreta de Massa, somadas à mudança no horário de exibição de algumas corridas para o período da manhã, a audiência sofreu uma queda acentuada, estabilizando-se em um dígito.
- Temporada 2018: Ao final da temporada, a audiência média foi de aproximadamente 8 pontos no Painel Nacional de Televisão (PNT), que mede o Ibope nas 15 principais regiões metropolitanas do país.
- Temporada 2019: Em um ano de recuperação, a Fórmula 1 registrou sua melhor audiência em oito anos. A média da temporada foi de 9 pontos no PNT, um crescimento de 13% em relação ao ano anterior. Ao todo, as transmissões alcançaram 98,3 milhões de pessoas no Brasil.
- Temporada 2020: Na última temporada transmitida pela Globo, a média de audiência na Grande São Paulo, principal mercado do país, foi de 8,9 pontos. Foi um ano atípico, com o calendário afetado pela pandemia de Covid-19.
Você reparou como a audiência caiu?
A audiência da Globo em 2017: Felipe Massa, O último brasileiro até então
Em conversas sobre o assunto, o pessoal lembrou que uma das motivações da emissora em voltar com a F1 foi o retorno do piloto brasileiro Gabriel Bortoleto. Mas como foi a audiência de 2017 com Felipe Massa, antes de Bortoleto?
A audiência média da Fórmula 1 na temporada de 2017, transmitida pela TV Globo, foi de 9,3 pontos.
F1 na Globo: A audiência em 2020 – O último ano da F1 na emissora
A audiência da Fórmula 1 na Globo em 2020 variou ao longo da temporada, com alguns GPs alcançando picos significativos.
A média da audiência na Grande São Paulo para a temporada de 2020 foi de 8,9 pontos, uma leve queda em relação aos 9,3 pontos de 2019, sendo o GP da Espanha o de maior audiência, com 11 pontos.
Vale lembrar que 1 ponto na Grande São Paulo é equivalente a aproximadamente 73.279 domicílios.
E o que dizer da F1 na Band?
É verdade que o GP do Brasil de 2024, ao atingir 7 pontos, registrou o recorde da F1 para a emissora. Ainda assim, esse número não chega nem à média que a Globo conseguia em seus anos mais fracos.
Mas vale lembrar: nenhuma emissora brasileira, por mais que tente, conseguirá vencer a Globo. O próprio Silvio Santos, em seu auge, reconheceu isso!
As cifras do novo contrato
De acordo com o canal @mktesportivo no Instagram, a Globo ofereceu menos, mas foi a escolhida. Veja o texto na íntegra:
“Segundo a jornalista Julianne Cerasoli, do UOL, a Liberty Media optou por fechar com a Globo mesmo diante de ofertas mais robustas de concorrentes. A decisão levou em conta o alcance e o poder de exposição da emissora, que promete uma cobertura multiplataforma envolvendo TV aberta, SporTV e Globoplay, além de destaque editorial nos portais do grupo.
Pelos direitos, a Globo pagará cerca de US$ 8 milhões por temporada. A Band, atual detentora, chegou a oferecer US$ 10 milhões para manter a categoria. A Record foi ainda mais agressiva e colocou US$ 13 milhões na mesa.
Mesmo assim, a Liberty Media preferiu a proposta da Globo, apostando no potencial de visibilidade e na tradição da emissora com a F1.
Um dos principais fatores que influenciaram a escolha foi a audiência. A Globo oferece, atualmente, uma base de público mais ampla do que suas concorrentes, o dobro do alcance que a Band tem conseguido com as corridas.”
Mas será?

Como vimos anteriormente, se cada 1 ponto no Ibope equivale a cerca de 73 mil pessoas, será que uma oferta 2 milhões menor que a da Band e 5 milhões menor que a da Record compensaria o retorno de apenas 219 mil pessoas a mais na Grande São Paulo?
É claro que se pegarmos o Brasil inteiro o número provavelmente será maior, mas de acordo com o especialista em TV, o Ricardo Feltrin, as emissoras se interessam mesmo apenas com a audiência de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo ele, é destes dois estados que realmente vem os lucros!
Ou seja, mesmo que a Globo consiga chegar a pontos mais distantes do país, o que realmente é importante para ela são as audiências de São Paulo e Rio de Janeiro.
Detalhe: a Globo vem perdendo audiência em todos os seus programas e registrando prejuízos milionários, além da desvalorização de seus patrocinadores.
Nem mesmo o poderoso Jornal Nacional tem o mesmo valor de mercado de antes.
Vale lembrar que a própria emissora dizia, na época, que a F1 estava dando prejuízo.
Por isso, foi reduzindo cada vez mais o tempo na grade, que já era curto: o classificatório de sábado só mostrava o Q3, a transmissão das corridas começava poucos minutos antes da volta de formação e aquecimento de pneus, não mostrava o pódio e, quando a corrida era à tarde, dividia espaço com o futebol ou passava o compacto depois do Fantástico.
A Globo, a cada ano que passava, respeitava cada vez menos sua audiência!
E a partir de 2026, grande parte da transmissão será feita pelo SporTV. Ora, se as corridas, classificatórios etc. forem veiculados apenas em canal fechado, onde está o aumento de visibilidade para a categoria?
Sinceramente, para mim não faz o menor sentido. E para você?
F1 na Globo: O que os fãs acham disso?

Eu, como telespectador da Fórmula 1, recebi essa novidade com bastante dor no coração!
A Band, apesar das falhas e limitações, tratava a atração com respeito. Toda a equipe liderada por Sérgio Maurício trabalhava com dedicação e amor.
Eles podiam se atrapalhar de vez em quando, mas o tom de voz, a sincronia e as chamadas exageradas da Mariana Becker mostravam que eles estavam fazendo tudo com emoção e de coração.
Por outro lado, na Globo tudo era engessado!
Era quase que proibido chamar certas equipes pelos seus nomes reais. Red Bull era “RBR”, Toro Rosso virou “STR”, Virgin era “VR”, e assim por diante. Será que vão chamar a Alpine de “AP” e a Visa Cash Race Bull de “VRB”? Provavelmente sim!
Sem contar com as invenções de expressões tais como Treinos Classificatórios e Volta de Apresentação.
Até mesmo o Rubinho, que fez parte por um tempo da equipe de apresentadores da F1, mencionou que a Globo era muito restritiva.
A Band foi capaz de mostrar a todos nós os bastidores da F1 antes e depois das corridas — algo que poucos de nós, meros mortais, teríamos visto, já que a Globo nunca mostrou nada disso.
E, com os cortes de gastos, a emissora demitiu nomes como Reginaldo Leme e Lito Cavalcanti, verdadeiras enciclopédias do automobilismo, substituindo-os por pessoas menos conhecidas e capacitadas.
Nem precisa ir muito longe para ver que quase ninguém gostou da ideia.
Curiosamente, eu comentei em alguns grupos de F1 e de Automobilismo Virtual que eu estava escrevendo essa matéria e praticamente todos que comentaram pediram para eu esculachar a Globo mais que bandeirinha em futebol de várzea!
Isso ilustra o grande descontentamento pelo público em geral em a F1 voltar para a Globo.
Além disso, no nosso canal, mesmo com pouca participação, dá para ver que a maioria não gostou da decisão — assim como eu.
“Globo recupera a F1: Estratégia genial ou tiro no pé?”

É claro que precisamos esperar para ver o que vai acontecer, mas para mim foi um tiro no pé!
A audiência da Globo já não era lá essas coisas em 2020, e a emissora ficou mal na fita pelo seu desprezo nas transmissões.
Agora, a audiência será limitada a quem tem acesso ao SporTV e, sem dúvida, será diluída também com a F1 TV e outras transmissoras pagas e internacionais.
Hoje em dia, não precisamos da Globo — como no passado — para acompanhar a F1 de perto e com qualidade.
E, com a péssima recepção do público, eu acredito que não foi uma boa ideia. Parece que tem algo a mais por trás disso tudo, sabe? Será que tem a ver com aquela humilhação pública do ano passado? Enfim…
Será que vendo essa repercussão negativa fará algo diferente do que ja fez no passado? Eu acho difícil, já que o “padrão Globo” é imutável!
E ademais, será que os fãs vão realmente boicotar as transmissões da F1 ou isso é só fogo de palha?
Essa é minha opinião. E a sua? Gostou ou não da volta da F1 à Globo?
Abaixo alguns videos do nosso super canal no Youtube e outros artigos do nosso blog.
Portanto, continue vendo nossos trololós e que a velocidade esteja com você! 🏁

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